sábado, 21 de novembro de 2009

Intolerância e demais cancros.

Primeiro, se o que querem é um texto bem humorado, procurem nos meus outros posts. Isto é um desabafo sério, um texto escrito sem pensar. Pode conter palavrões. Muito provavelmente tem erros e gralhas, pois não foi revisto.

O ser humano é uma mesma espécie, sempre será uma mesma espécie. E aparentemente é até uma espécie bastante inteligente, certo? Com as suas invençõezinhas, até se tem dado bastante bem. Sim, desde a descoberta do fogo até às viagens espaciais, o homem tem provado que é o ser vivo perfeito, certo?
Errado. O ser humano está longe de ser perfeito. Grande erro humano, é "que vos comeis uns aos outros", como diria o Padre António Vieira (in Sermão Santo António Aos peixes). Mas não sou injusta, nem todos os humanos devem sofrer o fardo pesado do erro dos seus semelhantes.

Mas, o que eu realmente quero falar, e que por algum motivo senti que devia ter esta introdução, é da intolerância, de homens se transformarem em bestas para devorar outros homens.
É giro como temos a tendencia para etiquetar tudo. Até pessoas. Raça, religião, orientação sexual, nacionalidade, tudo é motivo para que o ser humano aparentemente mais racional se deixe levar pelo lado mais primitivo e que critique, persiga, julgue e condene.

Putas de ideologias de superioridade, o ser humano não é definido pelo berço que nasceu, não é por uns serem arianos que se vão julgar melhor que os outros. Não é por uns terem determinados genes (que até se manifestam apenas fisicamente) que tem o direito de aprisionar, chacinar, torturar milhões de pessoas por um "ideal" falso, por um "ideal" de terror, de dor.

Esse tipo de comportamentos, a felicidade sádica de bestas que não tem nada na cabeça e que até se divertem a torturar outros seres humanos, deve ser repudiado, evitado e simplesmente cortado.
Cada ser humano é um ser humano, cada homem é um ser vivo que nasce e sente, com uma capacidade intelectual própria, e com a consciência da sua própria existência.
Mais que um crime, o acto de matar um inocente é um crime contra a própria humanidade, contra a vida.

Roubando as palavras a Pessoa (N'"O Banqueiro Anarquista") "Um nasce conde ou marquês, e tem por isso a consideração de toda a gente, faça ele o que fizer; outro nasce assim como eu, e tem que andar direitinho como um prumo para ser ao menos tratado como gente", não é um berço ou uma característica física que vai definir as pessoas. O que define verdadeiramente uma pessoa é como esta lida com o mundo, como avança, pé ante pé, na vida.

O respeito pelo outro, isso sim é a inteligência, isso sim é o santo graal da humanidade. Atenção, como gente de informática que sou sei da importância dos avanços tecnológicos, porém não posso deixar jamais de parte a ligação humana. Os seres humanos são criaturas sociáveis, e para haver uma verdadeira existência não se pode apoiar apenas em materiais, mas nas vivências, nos outros que habitam o mundo.

Menos respeito não pode haver do que aquele que quer ser respeitado à força, foi o que aprendi, e sempre "há alguém" (apesar de tudo) "que grita, alguém que diz que não".

Este texto não diz tudo o que realmente penso deste assunto, até porque fiquei esgotada, e tendo em conta as horas. Talvez escreva outro, que este tema bem merece.

No entanto, parem no "Sermão de Santo António Aos Peixes". E se há alguém por aí com a mania da raça, que vá a auschwitz antes de se tornar uma besta completa.

E sim, tou frustrada.