quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Just a regular day

Tudo o que vejo é um abismo em minha frente e negro e lágrimas e frustração e desespero.

Porra de tempo, porra de altura, há dias alegres e dias frustrantes, mas acabo por receber mais frustração que alegria, mais choros que risos.

E negro e escuro e trovoada que me rebenta nos ouvidos
Trovões, tambores a perseguir-me o corpo
A minha alma a tornar-se mais pequena e insignificante
Com o assobio da ventania a passar por ela

Doi-me o corpo doi-me a alma
Quero fugir e não quero,
quero dormir e tenho medo de pesadelos,
Quero ser feliz e choro,
Quero estar com pessoas e estar só,
Quero escrever e não consigo
Quero estudar e doi-me a cabeça

Não sei o que quero e quero tudo.

Estou apática, desesperada
Sinto só dor e aperto
Um grito que não sai porque tem medo
Medo de quê? E eu sei lá
Um choro que insiste em permanecer lá dentro
Um sorriso e gargalhadas falsas a vomitarem para fora uma alegria não verdadeira

Não, não vejo o Sol
Já não vejo o Sol há muito tempo
Mesmo ele estando lá
E querendo-me chamar

Estou farta de tudo, nada me diz nada
Queria fugir
esconder-me num canto, sozinha e ficar lá quieta
e muda

Não quero saber de nada,
Não quero saber se a vida é injusta
ou se tem o seu brilho

Não quero, recuso-me
Recuso-me a saber, recuso-me a ler este texto
escrito como facadas no ar
que rasgam algo que não existe
mas está lá

Farta de gente que não querem saber de nós
Que nada nos diz
ou que não nos respeita

Farta do dia a dia igual
Farta de tentar escrever e não conseguir.
Farta de "é hoje que vai mudar e vou ser feliz"

Farta de querer ser feliz para as outras pessoas serem felizes
Farta de reter a lágrima
Farta de reter o grito que se forma na minha garganta e não sai

Farta de querer ser forte, e ser uma fraca

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